Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

E eu lhe digo adeus



Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos, 
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar 
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos 
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame, 
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste. 
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

...Do teu coração me diz adeus uma criança. 
E eu lhe digo adeus.


[Pablo Neruda]


^^

Um comentário:

PAULO TAMBURRO. disse...

Danni,

não exite ação mais necessária que o adeus!

Ele rompe com uma inércia que se instalou,fez-se tristeza,provocou mágoas, ódios e rancores, sem possibilidades de retorno,uma palavra de entendimento, nenhum esforço para reerguer as paredes afetivas destroçadas.

O adeus, purifica, enaltece e cria novas esperanças, abre novos espaços, fortalece nossa dignidade que , antes dele e na maioria dos casos, foi ferida.

Eu nada tenho contra o adeus, pois, sempre o considerei a porta que abre uma nova oportunidade.

É por isto que no meu perfil,carrego comigo uma chave.

Um abração carioca.