A última vez que te vi não te vi
prometi que sim que serias o sempre
o outro que me faz outra que me remete o troco de nenhuma troca
o reverso do verso que não escreves
a carta que não chega porque tu chegas de repente
quando só te espero pelo fim da tarde
e tu vens ao romper da noite
manso e sereno cheio de palavras esquecidas
no quarto de hotel onde sempre te vi e nunca te prendi
a última vez que te vi
foste o único que perdi
perdidos os laços
achados os compromissos
identificadas as teias
certas as redes
os trilhos de uma estrada que te afasta
que nos afasta.
e prometi-te um romance
uma "casa" cheia de água
uma cascata de imagens
a enorme metáfora que tu alinharias pelo fio da voz
pela cor dos quadros
pelo azul azul que um dia te amei.
a última vez que te vi
partias.
como sempre. Sempre em despedida obediente.
certo e eficaz tomaste o caminho do vento
e por lá te demoras em letras e títulos e retratos
cinzentos, não como tu, que és de luz
mas como eu fiquei da última vez que te vi
ausente
batida pelas folhas em branco
apagada no cinzeiro
e sempre de frente para o rio.
a última vez que te vi
fizeste-me em flor.
[Isabel Mendes Ferreira, Canto chão]
prometi que sim que serias o sempre
o outro que me faz outra que me remete o troco de nenhuma troca
o reverso do verso que não escreves
a carta que não chega porque tu chegas de repente
quando só te espero pelo fim da tarde
e tu vens ao romper da noite
manso e sereno cheio de palavras esquecidas
no quarto de hotel onde sempre te vi e nunca te prendi
a última vez que te vi
foste o único que perdi
perdidos os laços
achados os compromissos
identificadas as teias
certas as redes
os trilhos de uma estrada que te afasta
que nos afasta.
e prometi-te um romance
uma "casa" cheia de água
uma cascata de imagens
a enorme metáfora que tu alinharias pelo fio da voz
pela cor dos quadros
pelo azul azul que um dia te amei.
a última vez que te vi
partias.
como sempre. Sempre em despedida obediente.
certo e eficaz tomaste o caminho do vento
e por lá te demoras em letras e títulos e retratos
cinzentos, não como tu, que és de luz
mas como eu fiquei da última vez que te vi
ausente
batida pelas folhas em branco
apagada no cinzeiro
e sempre de frente para o rio.
a última vez que te vi
fizeste-me em flor.
[Isabel Mendes Ferreira, Canto chão]
^^
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