Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 20 de setembro de 2009


A mulher que escutas na janela do tempo
lavra a dor com um vibrante sorriso interior
cantando a melodia do não dito
com a língua dos silêncios encontrada

A chama desse corpo aceitou o infinito azul
e renasceu com a magia de um templo antigo
quebrando os muros com a subtil harmonia dos anjos
e se nos seus dedos vislumbras o azul e em seus olhos uma ferida viva
dir-te-ei que o sorriso transmutou a dor ao encontrar-te
na unidade originária dos poemas
na bondade nua que nutres com as mãos

E a janela solitária entreaberta revelando o ar
é agora uma porta aberta para o mar
descobrindo a magia do tempo horizontal

[Gisela Ramos Rosa, Vasos comunicantes]

^^

5 comentários:

. disse...

E tudo se transforma...


Beijos abstratos

mARa disse...

Que delicia de letras!

Suave, intensa, vibrante!

Beijos do meu Horizonte!

ótima semana!

katia Ruivo disse...

Seu blog é lindo e inspirador...
parabéns!
bjs

Franzé Oliveira disse...

Há luz? Vai em frente.

Bjus com ternura.

Luna Sanchez disse...

Subliminar. ^^

Beijinho,

ℓυηα