Paro no abrir de duas ou três janelas do esquecimento. Do outro lado da rua um gato atravessa-me as arestas do tempo. Há noite a escorrer pelos cabelos, lentamente, sem lua a serpentear os telhados das casas. Na ponta do cigarro uma estrela. É verdade. Coleciono despedidas nas raízes dos dedos e ninguém, mas ninguém mesmo, me salva da vontade de partir. Nessa fração de íntimo recolher de salivas e desejos não sou cais nem âncora. Crescem-me caminhos nos pés. Absurdo paradigma de nunca chegar.
^^
3 comentários:
"Somos feitos para às despedidas, por isso temos braços longos para os adeuses".
Para mim, mesmo que muitas vezes difícil, precisamos aprender a fazer da queda um passo de dança, do medo um escada... como disse Sabino! Um bjo, querida!
Noite sem lua não é completa... ¬¬
Beijo, Dannizinha.
ℓυηα
Mas menina, de partir talvez não te salvem, mas da solidão, quem te salva?
Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.
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