Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sessão pipoca - De Janeiro a Janeiro





Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar
 Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar

Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar


[Roberta campos]


^^

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cálice




Composta por Chico Buarque e Gilberto Gil, a música “Cálice” é mediada por metáforas e faz um contraste com a Bíblia. A sonoridade tem grande importância e denuncia a ditadura militar no Brasil, o modo como as pessoas tinham que ficar caladas. O refrão e primeira estrofe “Pai, afasta de mim esse cálice” foram escritos em uma Sexta-feira Santa. A música foi composta para o show Phono 73, realizado em maio de 1973. No dia do show, souberam que a música foi proibida e Chico decidiu cantá-la sem letra. Porém, a gravadora desliga os microfones e ele acaba desistindo. Em 1978, a canção foi liberada e incluída no LP Chico Buarque, do mesmo ano.

- Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue -

A palavra “cálice” é escolhida propositalmente por causa de sua sonoridade, que nos lembra, além do significado do substantivo, a forma verbal “cale-se”. Este verso é um pedido ao Pai (Deus), para afastar o silêncio causado pela ditadura. “Cálice” é um objeto que pode ter algo em seu interior e, no caso, o que há dentro desse silêncio ditatorial é o preço da vida de pessoas e o sangue das vítimas das repressões e das torturas. É importante ressaltar que toda a música faz uma analogia entre a Paixão de Cristo e a situação das vítimas da Ditadura.

- Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta -

A metáfora remete à dificuldade de “beber dessa bebida amarga”, ou seja, à dificuldade de viver nessa situação, presenciar toda a repressão e não poder fazer nada. O “engolir a labuta”, significa ter que aceitar uma condição de trabalho desumana, como se fosse algo normal. Representa o ideário de esquerda, o desejo de mudança estancado no peito e, por conta da censura, calado na boca. Já o silêncio na cidade seria o silêncio causado pela censura, que, como não se podia falar nada contra o governo, parecia até que não existia opiniões contrárias, pessoas contrárias ao regime militar.

- De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta -

O sentimento de desgosto em ser filho da santa (continuando na temática da religião), que é a “pátria mãe”. Os autores dão a entender, pela rima subentendida, que prefeririam ser filho de uma prostituta (“puta”), representada pelo “da outra”, do que ser filho da “santa” com esse regime político. Buscam uma realidade que fosse “menos morta”, na qual as pessoas não tivessem extintos os seus direitos. Já o último verso, seria uma “denúncia” da mentira do “milagre econômico”, que era uma farsa, uma vez que as pessoas não estavam melhorando de vida, mas era isso era apregoado como verdade e o povo era forçado a acreditar.

- Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado -

Essa estrofe mostra o descontentamento em acordar sem poder expressar-se, principalmente sabendo que ocorriam muitas torturas à noite. O eu-lírico se sente tão preso e atordoado, que chega a cogitar deixar de falar o que pensa por meios pacíficos e partir para a luta armada, pois, assim, poderia ser ouvido de forma mais contundente.

- Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa -

Aqui, o eu-lírico faz uma denúncia dos métodos utilizados para silenciar alguém por meios de torturas, as quais levavam as pessoas a perderem seus sentidos, mas, mesmo assim, ele permanece atento, esperando as “boas novas” que viriam. Entretanto, não há certeza se essas “boas novas” virão, pois podem ser “más novas”, como o surgimento de mais alguma imposição da Ditadura, metaforizada na imagem do “monstro da lagoa”.

- De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta - 

O porco é um animal pesado, pouco ágil. “A porca”, por sua vez, simboliza a ditadura militar, que, de tão corrupta e falha, não ia pra frente. Já a faca muito usada mostra o desgaste do sistema vigente na época, que não era eficaz.

- Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo -

A porta, biblicamente, representa um novo tempo e o primeiro verso mostra a dificuldade em mudar-se a situação e começar uma nova. A palavra está pronta para ser dita, mas não pode. Também faz uma alusão aos regimes ditatoriais do mundo inteiro, calando seu povo e deixando-os com ideologias presas no peito, proibidas de serem reivindicadas.

- De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade -

O eu-lírico se pergunta se adianta ter uma boa vontade, se o mundo está de cabeça pra baixo. Faz referência à frase da Bíblia: “paz na terra aos homens de boa vontade” e mostra que, mesmo sem poder falar, as pessoas não deixam de pensar.

- Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!) -

Os autores, agora, referem-se à volta da esperança de uma possível mudança: o fim da repressão.

- Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diese (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!) -

A última parte mostra o desejo do eu-lírico de fazer suas próprias regras, de cuidar da sua vida. Mostra que a repressão não deveria opinar e julgar alguém que não possui as mesmas “crenças” que ela. Para um indivíduo ser dono de suas próprias ideias, ele deve pensar de acordo com sua ética e razão, e não de acordo com dogmas impostos. E, no último verso, os compositores, para denunciar a situação brasileira, expressam-se através da imagem de um dos meios de torturas usados (queimar óleo diesel em uma sala para deixar os torturados embriagados). Por fim, mostram que mesmo com toda essa situação difícil, os subjugados tinham seus truques para “fugir” da ditadura e reagir, como por exemplo, fingir um desmaio durante essa seção de tortura, para não serem molestados. Outro aspecto que vale lembrar é o fato da palavra "cálice" ser dita ao final de cada verso, como se o eu-lírico quisesse falar e a repressão dissesse para ele se calar.


[Cálice - Chico Buarque e Gilberto Gil]
[Voz: Pitty]



^^

sábado, 23 de março de 2013

Sessão pipoca - Bandeira



Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro: este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo Eu não quero ter o
Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver (Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)


[Zaca Baleiro]


^^

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sessão pipoca - De onde vem a calma





De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente
ele não sabe ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito
que esse rapaz consegue fingir?
Olha esse sorriso tão indeciso
tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão...

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
não vou ceder
Deus vai dar aval sim,
o mal vai ter fim
e no final assim calado
eu sei que vou ser coroado rei de mim.


[Los Hermanos]


^^

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sessão pipoca - Depois



Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também
Nós dois Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos história
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois


[Marisa Monte]

^^

sábado, 25 de agosto de 2012

Sessão pipoca - A Promessa



Não vejo nada, o que eu vejo não me agrada
Não ouço nada, o que eu ouço não diz nada
Perdi a conta das pérolas e porcos
Que eu cruzei pela estrada

Estou ligado a cabo
A tudo que acaba de acontecer

Propaganda é a alma do negócio
No nosso peito bate um alvo muito fácil
Mira a laser, miragem de consumo
Latas e litros de paz teleguiada

Estou ligado a cabo
A tudo que eles têm pra oferecer

O céu é só uma promessa
Eu tenho pressa, vamos nessa direção
Atrás de um sol que nos aqueça
Minha cabeça não aguenta mais

Tu me encontrastes de mãos vazias
Eu te encontrei na contramão
Na hora exata, na encruzilhada
Na highway da super-informação

Estamos tão ligados
Já não temos o que temer

O céu é só uma promessa
E eu tenho pressa, vamos nessa direção
Atrás de um sol que nos aqueça
Minha cabeça não aguenta mais

Não aguenta mais


[Engenheiros do Hawaii]


^^

terça-feira, 24 de julho de 2012

Sessão pipoca - Acontecimentos



Eu espero
Acontecimentos

Só que quando anoitece
É festa no outro apartamento

Todo amor
Vale o quanto brilha
E aí
O meu ainda brilhava
Brilho de jóia e de fantasia


O que que há com nós dois, amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim

Era fácil
Nem dá pra esquecer
E eu nem sabia
Como era feliz de ter você

Como pôde
Queimar nosso filme
Um longe do outro
Morrendo de tédio e de ciúmes

O que que há com nós dois amor?
Me responda depois
Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim



[Marina Lima]


^^

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sessão pipoca - Linha Tênue



Todo o lugar que chego você não fica
Tudo o que eu te peço você não dá
Se dou opinião você implica
Toda vez que ligo você não está
Por que fazer questão deste jogo duro?
De me mostrar o muro a nos dividir?
Seu coração de fato está escuro
Ou por de trás do muro
Tem mais coisa aí

Toda vez que passo você não nota
Eu conto uma lorota você nem ri
Me faço fina flor vem e desbota
Me boto numa fria não socorre
Eu cavo um elogio isso nem te ocorre
A indiferença escorre fria a me ferir
Será porque você não me suporta?
Ou dentro desta porta
Tem mais coisa aí

Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem
Entre o amor e o ódio a linha é tênue também
Quando o desprezo a gente muito preza
Na vera o que despreza é o que se dá valor
Falta descobrir a qual desses dois lados convém
Sua tremenda energia para tanto desdém
Ou me odeia descaradamente
Ou disfarçadamente me tem amor

Toda vez que passo você não nota
Eu conto uma lorota você nem ri
Me faço fina flor vem e desbota
Me boto numa fria não socorre
Eu cavo um elogio isso nem te ocorre
A indiferença escorre fria a me ferir
Será porque você não me suporta?
Ou dentro desta porta
Tem mais coisa aí


[Maria Gadú]



^^

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sessão pipoca - Pra Você Guardei O Amor



Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar


[Nando Reis]


^^

sábado, 28 de abril de 2012

Sessão pipoca - Infinita Highway



Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada
Olhe só, veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu acordava banhado em suor

Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre"
Se tanta gente vive sem ter como comer

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde vai parar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa highway
Silenciosa highway

Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
"não corra, não morra, não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes

Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um Beatle, um beatnik
Ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso, garota, façamos um trato:
De não usar a highway pra causar impacto

Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor agüenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway



[Engenheiros do Hawaii]



^^

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sessão pipoca - Vilarejo



Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for


[Marisa Monte]



^^

sábado, 9 de julho de 2011

Sessão pipoca - Luz Dos Olhos



Ponho o meus olhos em você, sem você estar
dona dos meus olhos é você, avião no ar
um dia pra esses olhos sem te ver, é como o chão do mar
liga o radio a pilha a tv, só pra você escutar
a nova música que eu fiz agora
lá fora a rua vazia chora

os meus olhos vibram ao te ver, são dois fãs, um par
puz nos olhos vidros pra poder, melhor te enxergar
luz dos olhos para anoitecer, é só você se afastar
pinta os lábios para escrever, a tua boca em minha

que a nossa musica eu fiz agora, lá fora a lua irradia a gloria
e eu te chamo, eu te peço vem
diga que você me quer, porque eu te quero também

faço as pazes lembrando
passo as tardes tentando lhe telefonar
cartazes te procurando
aeronaves seguem pousando sem você desembarcar
pra eu te dar a mão nessa hora
levar as malas pro fusca lá fora

E eu vou guiando, eu te espero vem
siga onde vão meus pés, que eu te sigo também
porque eu te amo, e eu berro vem
grita que você me quer, porque eu te quero também


[Nando Reis]


^^

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sessão pipoca - É preciso Falar




É preciso falar dos amigos
É preciso falar de nós dois
É preciso falar de estar vivo
E do que nos espera depois

É preciso falar de carinho
É preciso falar de calor
E ouvir sua voz na batida
Contando segredos

É preciso falar
É preciso falar, hey, hey

É preciso falar da saudade
É preciso falar da paixão
É preciso falar de ser livre
E querer segurar sua mão

É preciso brindar o destino
É preciso gritar começou
Se jogar nessa dança na vida
Sem medo do escuro

Impossível não falar de amor

É preciso falar
É preciso falar, hey, hey

É preciso falar
A verdade
É preciso falar, hey, hey

Cada vida tem a sua estrada
Acredite no poder das palavras
Diga assim, essa noite vem
Deixa o sol nos levar amor
Deixe os planos, a próxima parada

É preciso falar
É preciso falar...


[Jota Quest]


^^

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sessão pipoca - Noites de um verão qualquer



Noites de um verão qualquer
Eu me sufoco nesse ar
O corpo venta em preto
O chão devora o espaço ocular

Noites de um verão qualquer
Deixa que ela entenda o traço
Que invente a fuga por nós dois
Que sou seus pés, eu sou também seus braços

Noites de um verão qualquer
Dentro da febre desse abraço
Satélite voltou do céu
Eu sou o resto, sou também o aço

Noites de um verão qualquer
Sob sua pele encontrei abrigo
Pra gente se devorar
Na órbita do seu umbigo

Seguem infinitos metros
Pra perto desse abraço
Eu tento respirar
Desdar o nó que aperta esse laço

Noites de um verão qualquer
Deixa que ela entenda o traço
Que invente a fuga por nós dois
Que sou seus pés, eu sou também seus braços



[Skank - Composição: Samuel Rosa / César Maurício]


^^

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sessão pipoca - Até o Fim



Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Eu não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser
Ir embora
Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas

A ilha não se curva
Noite adentro
Vida afora
Toda a vida
O dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até fim

Não vim até aqui pra desistir agora
Não vim até aqui pra desistir agora

[Composição: Humberto Gessinger]


^^

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sessão pipoca - Seu Olhar



Eu penso o tempo todo
Por que você me deixa
Com a pulga atrás da orelha
Um pé na frente o outro atrás?

E me deixando solta
Mas me prendendo tanto
Que para me ganhar
É só olhar no meu olhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar

É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar

E me levanto cedo
Te espero acordar
E brindo logo com um beijo
E por que não brindar?

Fazendo brincadeiras
Seu jeito de amar
Que para me hipnotizar
É só olhar no meu olhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar
É só olhar no meu olhar

Eu penso o tempo todo
Por que você me deixa
Com a pulga atrás da orelha
Um pé na frente o outro atrás?
Seu olhar mergulhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar

Eu penso o tempo todo
Por que você me deixa
Com a pulga atrás da orelha
Um pé na frente o outro atrás?

E me deixando solta
Mas me prendendo tanto
Que para me hipnotizar
É só olhar no meu olhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar
É só olhar no meu olhar
Seu olhar mergulhar



[Composição: Paulo Djorge]



^^

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sessão pipoca - Cálice


Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Prá a qualquer momento
Ver emergir
O monstro da lagoa...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra
Presa na garganta
Esse pileque
Homérico no mundo
De que adianta
Ter boa vontade
Mesmo calado o peito
Resta a cuca
Dos bêbados
Do centro da cidade...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar
Até que alguém me esqueça
(Cálice!)


[Composição: Chico Buarque / Milton Nascimento]


^^

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sessão pipoca - Comum de Dois



Quis se recriar
Quis fantasiar
No quarto de vestir
Despiu-se do pudor

Quis se adornar
Quis se enfeitar
Vestido e salto
Enfim pra si tomou

Se transformou
Se arriscou
Reinventou
E gostou
Ele se transformou

Precisou correr
Uma vida pra entender
Que ele era assim
Um comum de dois

E hoje vai sair
Com a melhor lingerie
Não pra afrontar
só quer se divertir

Mas ele afrontou
Provocou
Assombrou
Incomodou

E ele nem ligou...

Se acabou
E beijou
E dançou
Ele aproveitou

Quando apontam aquele olhar
Ele sabe e deixa passar
O salto dói, ele sorri
Mas machucava ter que omitir
Prazer e dor de ser mulher
Por essa noite é o que ele quer
Degusta bem, bem que valeu

Ele se transformou...

Sua dama ao seu lado amparando o motim
Juntos rolam pela noite
Nunca dantes par assim



[Composição: Pitty]




^^

domingo, 27 de março de 2011

Sessão pipoca - Pra ser Sincero

Pra ser sincero Não espero de você Mais do que educação Beijo sem paixão Crime sem castigo Aperto de mãos Apenas bons amigos... Pra ser sincero Não espero que você Minta! Não se sinta capaz De enganar Quem não engana A si mesmo... Nós dois temos Os mesmos defeitos Sabemos tudo A nosso respeito Somos suspeitos De um crime perfeito Mas crimes perfeitos Não deixam suspeitos... [Composição : Humberto Gessinger] ^^

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sessão pipoca - Se você pensa



Se voce pensa que vai fazer de mim
O que faz com tudo mundo que te ama
Acho bom saber que pra ficar comigo
Vai ter que mudar

Voce tem a vida inteira pra viver
E saber o que e' bom e o que e' ruim
Acho bom pensar depressa e escolher
Antes do fim

Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Voce tem que aprender a ser gente
O teu orgulho nao vale nada


[Composição: Roberto Carlos]


^^