Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Este poema corrupto está cheio de correntes de ar...


Calor janelas fechadas
Uma chuva que se derrama em ruínas

Os dias estreitam-se .............Fiz bem em comprar
..............cigarros

Um cigarro entre as minhas mãos vem de outros dias

Com esta luz pálida vai para dois anos que me causas
...............frio

A noite o receio abrupto
Depois a casa corda amarrada em torno do meu pescoço
O quarto fechado sobre o seu conteúdo
Qualquer coisa de vermelho e espesso
Flui da tragédia sexual dos sonhos
Mas o corpo apoiado em cadeiras que tombam está seguro
No seu silencioso passado muito passado

...............................................Amanhã e amanhã e amanhã

Não saias sem os teus papéis
O lixo no fundo do olhar ............Ratos dos anos 50
E um coração frio

Este poema corrupto está cheio de correntes de ar.



[Alexis Traïanos]

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