Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sábado, 4 de dezembro de 2010


(...) A infância vem da eternidade.
Depois só a morte magnífica
— Destruição da mordaça:
E talvez já a tivesse entrevisto
Quando brincavas com o pião
Ou quando desmontaste o besouro. Entre duas eternidades
Balançam-se espantosas
Fome de amor e a música: Rude doçura
Ultima passagem livre.
Só vemos o céu pelo avesso.

[Murilo Mendes - Poesia de Liberdade]

^^

Um comentário:

Valquíria Calado disse...

Penso que a infância é o elo com a santidade,na inocência de cada ser Deus habita, beijinhos.