Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Essa Noite Não


A cidade enlouquece sonhos tortos
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não

As cortinas transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer

Pânico, vertigem, obsessão

Tá sozinha, tá sem onda, tá com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível

Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não

[Composição: Lobão / Bernardo Vilhena / Ivo Meirelles / Daniele Daumérie]


^^

2 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

Essa música do Lobão é viciante
Já a ouviu na versão acústica?

Daniel Savio disse...

Bonita a música, mas as vezes muitas vezes não perdemos tempo com aquilo com o que não entendemos, simples chamamos de milagre, ou destino, só perdemos tempo com aquilo que entendemos, mesmo que não tenhamos total consciência disto...

Fique com Deus, menina xará Danielle.
Um abraço.