Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 10 de outubro de 2010

Amor em vão


Céu azul, os dois pés na água, onde o mar acaba. O frio, a tarde, a solidão... Duas mãos vão rasgando as cartas lavando as mágoas. Assim é o amor em vão.
Cada canção de amor abre a ferida que não vê fim. Cada fração da dor agora é chuva que cai em mim. Digo não, é falso brilhante e sou nesse instante, um cego repentista ao sol. Que não vê, mas sente a dor em seu coração, assim é o amor em vão...
Cada canção de amor abre a ferida que não vê fim. Cada fração da dor agora é chuva que cai em mim.


Mas tudo vai passar, como tudo passa...


[Herbet Vianna]

^^

Um comentário:

Daniel Savio disse...

Você sabe que a chuva lava a magoa, não sabe?

Fique com Deus, menina xará Danielle.
Um abraço.