Um ser humano é um combinado de egoísmo, sofrimento e necessidade. Não comove ninguém. Uma pedra não comove ninguém. A beleza é um acidente banal e pressupõe a morte; muitas vezes se rodeia de sandice, e se nos fala, chega a ser assustador. A inteligência, refrescante como um duche, sabe bem, no Estio; mas agora, que é Inverno toda a vida, que lugar atribuir à inteligência? O de criada de servir nos aposentos da ganância. Não comove, é evidente, ninguém. A bondade, sim, comove. Mas é tão débil e tão rara que ninguém a ouve. Não é fácil, assim, encontrar algo que possamos amar. Eu tenho procurado, eu juro que não sei o que fazer: tudo me parece, até a música, produto de uma falha.
Vou por essas ruas ao acaso e não acerto a conhecer quem me convença que bem outra poderia ser a vida. Tudo se mostra sob espelhos deformantes, tudo arde numa estranha aceitação. Francamente, não consigo perceber. E gostava tanto, mas tanto, que alguém me demonstrasse que não tenho razão.
[José Miguel Silva]
Vou por essas ruas ao acaso e não acerto a conhecer quem me convença que bem outra poderia ser a vida. Tudo se mostra sob espelhos deformantes, tudo arde numa estranha aceitação. Francamente, não consigo perceber. E gostava tanto, mas tanto, que alguém me demonstrasse que não tenho razão.
[José Miguel Silva]
^^
2 comentários:
Tem dia que a gente precisa sentir a diferença.
Beijo,
Nara
Queria poder ti dizer que você não tem razao mais não tenho argumentos para isto..
è esta tal humanidade esta perdida.
bjs
Insana
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