Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um louco de Juízo

Que é loucura: ser cavaleiro andante
ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?

O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho
de um doido pelas bruxas embruxado?

Eis-me, talvez, o único maluco,
e me sabendo tal, sem grão de siso,
sou — que doideira — um louco de juízo.

[Carlos Drummond de Andrade - (Quixote e Sancho, de Portinari, 1974)]

^^

2 comentários:

Daniel Savio disse...

Penso que seja a gente, que não vive atrás de um sonho e se iludi em pequenas conquistas (que não são com o passar do tempo)...

Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.

Franzé Oliveira disse...

Dizem que, também, sou louco.
Por eu ser assim...