Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quinta-feira, 6 de maio de 2010


A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela.

Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.

E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu próprio nome.

[Jorge de Sena]
^^

2 comentários:

Daniel Savio disse...

Mas a felicidade sempre é assim, como um nome e um mistério, que assume carne para nos fazerem felizes...

Fique com Deus, menina xara Danni.
Um abraço.

Nara disse...

Essa imagem "é tão eu". Vivo assim, com essa pose.

Beijo,
Nara