que se fazia a música:
o que ficava das intactas madrugadas,
do sol baço, dos inclinados
meios do dia
de fome e de solfejo.
Mesmo se rias, se os teus olhos míopes
em nós dançavam,
era como se um lance mais profundo,
uma agonia, difusa, abstracta,
lhes tocasse as pálpebras
febris.
E, nota a nota, nuvens
soltas, farrapos de céu numa aberta
de outono,
as cordas eram dedos
suspensos na nossa
repartida solidão.
Mas, dança, enfim, dancemos
na poeira estelar das tuas pernas já desfeitas,
antes que soe a riso claro
a eterna dor de que criaste
a vida que anima
o coração.
[António Mega Ferreira]
^^
Um comentário:
Então, mesmo que doa, dance...
Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.
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