Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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terça-feira, 9 de março de 2010

A Cidade Invisível


De que me serviu ir correr mundo,
arrastar, de cidade em cidade, um amor
que pesava mais do que mil malas; mostrar
a mil homens o teu nome escrito em mil
alfabetos e uma estampa do teu rosto
que eu julgava feliz? De que me serviu?

Recusar esses mil homens, e os outros mil
que fizeram de tudo para parar-me, mil
vezes me penteando as pregas do vestido
cansado de viagens, ou dizendo o seu nome
tão bonito em mil línguas que eu nunca
entenderia? Porque era apenas atrás de ti.

Que eu corria o mundo, era com a tua voz
nos meus ouvidos que eu arrastava o fardo
do amor de cidade em cidade, o teu nome
nos meus lábios de cidade em cidade, o teu
rosto nos meus olhos durante toda a viagem,

Mas tu partias sempre na véspera de eu chegar.


[Maria do Rosário Pedreira]


^^

6 comentários:

Franzé Oliveira disse...

Do que me serviu amar tanto alguém
Se hoje estou só na solidão...

Nara disse...

Tem que saber esperar pelo outro. Acho que é assim.

Beijo,
Nara

Daniel Savio disse...

Amor nunca deve ser um fardo, talvez, uma prisão bem aconchegante...

Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.

Simplesmente Ser disse...

O amor só é bom quando ele é leve.

bjs

Anônimo disse...

O amor quando trás tanta dor e tristeza perde a sua essância...
Amar é ser livre!

Beijos pra ti ^^

Luna Sanchez disse...

Não gosto de sentir o amor como uma sentença, fico triste. =\

Beijo, flor.

ℓυηα