O tempo corre nas paredes livremente
mas não toma a direcção da morte: ela esteve aqui
desde o princípio, uma vocação adormecida
debaixo do estuque.
A manhã nasce viciada nos brandos venenos
que os móveis destilam, haverá pombas
sobre o parapeito, o senhorio arrastará o chinelo
sob um eco que caminha pelo tecto.
Nada poderá perturbar a fluência da penumbra
nos cantos para onde se varre a casa
aos domingos. A pele respira tenuamente mas não posso falar
em tristeza. Este é o meu endereço, um lugar composto
para a submergência.
[Rui Pires Cabral]
mas não toma a direcção da morte: ela esteve aqui
desde o princípio, uma vocação adormecida
debaixo do estuque.
A manhã nasce viciada nos brandos venenos
que os móveis destilam, haverá pombas
sobre o parapeito, o senhorio arrastará o chinelo
sob um eco que caminha pelo tecto.
Nada poderá perturbar a fluência da penumbra
nos cantos para onde se varre a casa
aos domingos. A pele respira tenuamente mas não posso falar
em tristeza. Este é o meu endereço, um lugar composto
para a submergência.
[Rui Pires Cabral]
7 comentários:
poema forte esse hein
hehehe
bjão e bom domingo pra vc
gosto daqui.
Tenha um otimo domingo.
Maurizio
A silhueta deslumbra este olhar que observa o olhar levemente nocturno que se esconde na sombra de um quarto onde as memórias são vivas e os sonhos são passageiros que não adivinho para onde vão ou donde vêm. Esta visita é um encontro com o mistério que, talvez, nunca venha a desvendar. Sei que gosto de mistérios e este é a beleza de uma surpresa que se dscobre, em cada momento, que se usa a minúcia, como a pronúncia de uma claridade sombreada.
Oeiras,15/11/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
poderia ser meu quarto, fácil
As vezes, a diferença entre o veneno e remédio é dose...
Mas boa poesia.
Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.
Mais um bom texto como sempre.
Tenha uma boa semana
:)) beijjjjjjjjjjjjjjj
"A fluência da penumbra".
Me gusta.
Beijos, Dannizinha.
ℓυηα
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