Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 11 de outubro de 2009


Escondo a raiva das lágrimas do nada
que te dei

Ferida dilacerada
sangue exposto nos caminhos que plantamos
nos desertos da nossa esperança

Poderíamos amar loucamente
a sombra do gesto
a canção nua
o vinho a semente a baga
construir cometas à volta do desejo

se não fosse a alma a remissão e o pecado

Poderíamos benzer as casas com hortelã
onde acendo o coração aberto

mas há a excomunhão das trepadeiras
e eu entendo...

[Gonçalo Nuno dos Santos]

^^

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