Estas serão as minhas últimas palavras aos teus sentidos,
serão o meu apelo derradeiro.
Tanto te disse, tanto te escrevi!
Como encontrar agora o período preciso, a perfeita expressão,
para te revelar este silêncio estranho que me começa a ungir
o exausto coração?!
Vieste-me na hora dadivosa, na hora imortal
da frutificação:
dei-te toda a doçura dos meus pomos
e voltaste-me as costas com prazer...
Mas eu bendigo essa tua fome
que saboreou os frutos que haviam de mais tarde apodrecer.
Foste a montanha azul que me atraiu os passos;
em cujas arestas agressivas
rasguei meus sonhos,
despenhando-me...
Porém, daqui, da alfombra deste
vale de desfalecimento,
como teus longes me seduzem ainda,
como me apareces belo,
que saudade de ti,
minha montanha azul!
Sou olhos e não tenho visão;
sou boca e tudo me parece insípido;
e meu tato não sente
os espinhos que colhe
na solidão em que me deixaste;
e em vão as rosas da primavera
abrem os lábios
ao meu olfato.
Só a tua lembrança
conserva vivo
um pouco de meu ser.
Só a tua saudade
prende-me ainda
à beleza da vida.
Onde estás?!
Onde estou?!
Sou um corpo
que espera a alma
para acabar de morrer.
[Gilka Machado]
serão o meu apelo derradeiro.
Tanto te disse, tanto te escrevi!
Como encontrar agora o período preciso, a perfeita expressão,
para te revelar este silêncio estranho que me começa a ungir
o exausto coração?!
Vieste-me na hora dadivosa, na hora imortal
da frutificação:
dei-te toda a doçura dos meus pomos
e voltaste-me as costas com prazer...
Mas eu bendigo essa tua fome
que saboreou os frutos que haviam de mais tarde apodrecer.
Foste a montanha azul que me atraiu os passos;
em cujas arestas agressivas
rasguei meus sonhos,
despenhando-me...
Porém, daqui, da alfombra deste
vale de desfalecimento,
como teus longes me seduzem ainda,
como me apareces belo,
que saudade de ti,
minha montanha azul!
Sou olhos e não tenho visão;
sou boca e tudo me parece insípido;
e meu tato não sente
os espinhos que colhe
na solidão em que me deixaste;
e em vão as rosas da primavera
abrem os lábios
ao meu olfato.
Só a tua lembrança
conserva vivo
um pouco de meu ser.
Só a tua saudade
prende-me ainda
à beleza da vida.
Onde estás?!
Onde estou?!
Sou um corpo
que espera a alma
para acabar de morrer.
[Gilka Machado]
^^
5 comentários:
Mas bah!!
um lamento doce...
lindo Danni
beijos abstratos
muito lindo,
Gosto de escritos assim,
Bjs e bons dias
Olá tudo bem com você, eu espero.
Lindo,a foto também.
:)) Beij
M.M.G.
apesar da " montanha azul (...) cujas arestas agressivas", sentes saudade...mas a saudade remete-se ao passado, sente-a mas não te prendas a ela, ñ deixes que o caminho te fuja dos pés...
dark **
Abstrata, Lucas e Maria,
Obrigada pela visita e por ter gostado do post. Voltem sempre aqui. Estarei esperando...
Bjs!!!
Dark,
Pode deixar que não deixarei que o caminho me fuja dos pés...
Valeu!
Bjs!
=)
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