As frésias desprendem o perfume
ao fim da tarde. Nesta casa
está tudo limpo e silencioso.
Sentada no sofá escrevo
ao pensar que te entreguei
o meu nome, alguma biografia,
a intimidade.
O sol vai e vem, conforme
as nuvens permitem. Sinto-me
talvez cansada, exausta
de desgosto pela tua partida.
Há um torpor, uma sonolência
e as minhas canetas,
o caderno. O amor sempre
presente.
Não devia lamentar-me,
tenho tudo e, no entanto,
ficou-me um buraco negro
no coração.
[Isabel de Sá, Repetir o poema]
^^
Um comentário:
É "a falta que a falta faz", enfim.
( * Como diria a Nara, dona de um blog ótimo, também, com esse título).
Beijo,
ℓυηα
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