Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Sono no Limite das Palavras


"Eles não sabem que não há nada senão
o sono no limite das palavras

a pingar como chuva no passeio constante
do medo

o facto é que não há nada senão
o sono

não tenhas medo quando caminhares
nesse fim de noite que é o “eu” do
poema

gastar palavras para quê?
as palavras são sempre as mesmas"

[eue]
^^

4 comentários:

xacal disse...

A poesia persiste sem palavras...?
É claro que sim...

Mas as palavras são um paradoxo...

De um lado
rompem a platonicidade...
Mas de outro,
realizam e estragam
a fantasia,
que só tem sentido
na cabeça de quem a cultiva...

Como é ficar: sem palavras...?
Como é ficar: sem a sua poesia...?

Palavras são como nascimento e morte da alma...!

Danielle Manhães disse...

Pois é Xacal, "Palavras são como nascimento e morte da alma...!"

É uma pena que muitas pessoas desconhecem este fato. Nunca pensei que sentiria tanta falta do silêncio, sobretudo ontem, quando palavras requintadas de crueldade eram ditas especialmente, para ferir e até mesmo matar algumas almas.

Por essas e outras que a limitação se faz necessária. Um dia "eles" aprendem...

Bjs!


=)

xacal disse...

quem poderia dizer palavras com tais requintes a você...?

diga-me com quem andas, e te direi como não te amas...

estou aqui, caso precises...sempre...!

beijocas..

Danielle Manhães disse...

Na verdade estava no meio de um fogo cruzado. Não foram ditas diretas pra mim, não.
Ufff...
Ainda bem!!

Valeu!

=)