"Um segredo que me deixara mais alerta para as vozes que, nos livros e na vida, para além da sabedoria, repartiam a confiança e o amor. Um segredo que continuava a convidar-me para ir ao íntimo de mim própria e que, lentamente, me fazia entender que fora exactamente a vivência de desamor (nunca desejada, mas real) que me levara a procurar, procurar, uma outra maneira de ver o mundo. Reconciliar-me com ele.
E que me assegurava que o desamor podia não ser fatal. E para sempre.
Bem pelo contrário.
O desafecto também podia ensinar: a valorizar ainda mais as cores do afecto, a tecer histórias (aliás, se não tivesse sido aquele encontro com a mágoa, poderia até ter sido tecedeira de histórias, mas talvez não acarinhasse tanto o fio da ternura), a enfrentar o medo. Para o vencer. E também para o conhecer. As suas várias faces. Como demorei a descobrir que até o medo podia ter um avesso! Uma face protectora. Aquela que protegia de magoar os outros. De se magoar a si próprio. O desafecto.
Afinal, fora ele que me levara a procurar, a procurar...
Na incessante procura, tinha encontrado - e como isso, para mim, era essencial - o Príncipe, a Eterna Criança, e o seu amigo principezinho que não se cansavam de me lembrar: Só se vê bem com o coração.
O Céu pode estar dentro de nós."
[Graça Gonçalves]
^^
Um comentário:
Parece qu um prelúdi do teu texto no A Céu Aberto da Boca...
Mas só valorizamos o que perdemos, infelizmente...
Fique com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.
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