Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 28 de dezembro de 2008

(...)

"O tempo tem uma medida estranha quando os momentos são importantes e especiais. Tudo podia ter sido diferente, se o tempo ou lugar fossem outros. São os fragmentos, juntos, que fazem as grandes histórias, os grandes sentimentos. (...)
Quero estar lá quando te apetecer chorar e não souberes porquê. Quando algo correr mal e precisares de te apoiar um segundo, a correr. Quando não souberes o que fazer. Quando te sentires sozinho, mesmo no meio de gente. Quero que contes comigo. Sempre. Nem que seja para te escutar e nada dizer. Ou apenas para murmurar "Boa noite.", ouvir a tua voz e saber o que te vai na alma. (...)
Fechava os olhos e deixava-me estar ali, (...) guardando aquela memória como se pudesse ser eterna. (...) No pulsar de cada momento, de cada olhar, de cada beijo, ao pousar de cada voo, descobri o que nunca tinha sabido sentir. (...) E foi num abrir e fechar de olhos, num abraço, que me dei conta do que mais sentia.
(...) Ter sempre muito mais para dar também. (...)
Provei a mim própria que tudo isto podia existir e que, na vida, por vezes, perdemos oportunidades de sermos felizes, com medo de arriscar, com medo de sofrer, com o medo de sermos julgados. (...)"


[Rita Matos, in Amar Demais]


Texto que fala de sentimentos, de momentos, do crescer "daquele sentimento" que, algumas vezes, pode levar-nos ao céu, sim, mas deixar-nos lá ficar.

^^

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