Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sábado, 31 de outubro de 2020

Alice, resolva.


 

Agimos Certos

 


Sem querer, foi só o tempo que errou.

El té


Nunca creí que fuera así 
¿Cómo te fijarías en mí?

¿Qué es lo que esperas?

 


Ven confía en mi 
No hay porque dejar 
Para hacer después 
Lo que quieras ya 
Es el instinto 
Deja que te sacuda 
El cielo es de los que creen 
Y no de los que dudan 
Soy un volcán, en erupción...

Rock and roll


 

Primeiro era Vertigem




Como em qualquer paixão 
Era só fechar os olhos 
E deixar o corpo ir 
No ritmo...

No se como Olvidarte


Se me acaba el argumento 
Y la metodología 
Cada vez que se aparece frente 
A mí tu anatomía. 

 (Shaki)

Haveria Algo Ruminando O Lado Do Ouro

 

29-10-2020




Querido diário:

Hoje contei para as paredes
Coisas do meu coração.

Suposição

 

Antologia Oncológica


    

Interrompendo discurso.




Sempre onde tu estás
Naquilo que faço 
Viras-te agarras os braços 
 Toco-te onde te viras 
O teu olhar nos meus olhos 

 Viro-me para tocar nos teus braços 
Agarras o meu tocar em ti  
Toco-te para te ter de ti 

A única forma do teu olhar 

Viro o teu rosto para mim 
 Sempre onde tu estás 
Toco-te para te amar olho para os teus olhos. 


[ Harold Pinter]

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018


"Dizem que antes de um rio entrar no mar, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada que percorreu, para os cumes, as montanhas, para o longo caminho sinuoso que trilhou através de florestas e povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. O rio precisa de se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entrar no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano."


[Osho]


^^

domingo, 29 de outubro de 2017

Sobre Coragem...


Alguns problemões não passam de probleminhas quando olhados sob a perspectiva do vasto mar, incomensurável mar, que nós somos. E das ondas todas que já encaramos...


[Ana Jácomo]


^^

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Lembranças



Guardo coisas na memória como quem guarda fotografias em uma caixa, vez ou outra abro revejo e relembro o que vivi, quem me socorreu dos meus anseios e acrescentou aos meus excessos.
Riu, choro, me encanto novamente.
Cada um coleciona o que bem quiser, eu coleciono lembranças.

[Mávilla Sales]


^^

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Quando a primavera chegar...



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jaipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
(...) Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos...
(...) Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

[Cecília Meireles In "Obra em Prosa - Volume 1"]


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