Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Faz Mal à Saúde




Não tenho ficado muito em casa não venho permanecendo em lugar algum, as vezes me encontro num desencontro entre eu e você ou você e você mesma, quase nunca estou no meio das estrelas ou entre o chão e o céu. 
Venho caminhando pelas ruas com os braços cruzados e alguns sonhos embaixo dos sapatos, seguindo rastros que não foram deixados, olhando o céu e sentindo o corpo se inundar da chuvas repentinas. 
Num quarto na parte imunda da cidade onde os corações se inundam em visões e ácidos, hoje gastei algumas horas e algumas moedas na esperança de ter paciência até a chuva transbordar o copo de café fraco e molhar as páginas com alguma cor além de nós - ou eu mesmo e um pouco de você no dia de ontem. 
Obtenho alguns fáceis desvios e rotas e placas de "pare" cartas e abusos em papel - você crê? planos planos em um espaço plano que por razões metafísicas sobem e descem. 
Ontem eu estava jovem hoje estou mais ainda, escuto as inúmeras risadas saídas da televisão do quarto ao lado e um copo com uísque ou conhaque se chocar contra a fina parede de madeira que separa meu amor do amor ao lado. 
A mulher não para de gritar e chorar e jogar coisas contra a parede, o homem com quem ela estava algumas horas atrás me pediu um cigarro e eu pedi o isqueiro. 
Não sou tão diferente do que ele é. 
Será que a mulher que acabou de cortar as mãos nos cacos da garrafa de uísque ou conhaque e sentada próximo de minha porta é tão diferente da mulher que preenche o copo que nunca transborda? 

 [João Paulo Sousa]

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Teu Céu


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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Hora de Amanhecer





Padeci ao frio daquela noite de inverno. Como é de praxe, repeti a dose de uísque e o disco a tocar. Observava da janela quem na rua ali passava, não consegui enxergar nada, nem uma vizinha simpática sequer, estávamos eu e a janela estreita. 
O céu se mostrara nublado desde o amanhecer, e por volta da meia noite o ruido das trovoadas ameaçaram uma longa madrugada de chuva. 
O vento aumentara, e apanhei o casaco que repousara sobre o espaldar da cadeira. Serviria-me de escudo. Passou-se minutos e a chuva apareceu. Comumente a esses dias, as gotas fizeram lembrar-me você. Logo me vi chorando convulsivamente - Já que acabo sempre contendo-o - passava-se apenas de um chuvisco, porem em mim, soava mais que uma tempestade. 
O uísque havia esquentado, larguei o copo no canto da escrivaninha. A chuva tardia havia deixado o perfume de terra molhada no ar. O que eu necessitava mesmo nessa hora, era de um bom e forte cigarro, tipo Charm, para tentar retirar minhas lembranças de você. 
Recordei do gosto do filtro, a pouca fumaça exalada e a densidade deste. Alucinógeno. A poça que se formara no inicio da chuva, havia aumentado. A cada gota, uma poça nova. 
A noite ia se passando, e eu permanecia intacta, no mesmo lugar. É que há noites em que me apavora a ideia de adormecer, pois sempre me resta um pedaço do sonho em meio a realidade do dia, no qual acabo remoendo-me e criando ilusões referentes a você. 
As gotas lavavam a janela do primeiro andar, e eu me contentava em a observar enquanto as horas iam se passando. 
Queria despir-me de tudo que estava acumulado, mas as canções de Elis Regina que tocavam, não me permitiram, pois nessa existência precipitada, imprevisível de noites nada, me fiz em você. 
O despertador tocara as seis e quinze, era hora de amanhecer.

[Letícia Piazza Balbinot]

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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sobre a Harmonia




São delicados e sutis os fios da harmonia. Ao contrário da alegria, do entusiasmo, ela é uma das sensações mais discretas. Sua voz é quase imperceptível, feito outra qualidade de silêncio. Ela não é uma gargalhada, é aquele sorriso por dentro, uma sensação gostosa de estar no lugar certo, na hora adequada. Feito um arco-íris depois da tempestade, sua beleza é adornada pelo equilíbrio dentro do derramamento. É um adestramento dos fantasmas internos. 
A possibilidade de aprimorar os pensamentos. É quase como não pensar. Simplesmente, sentimos uma ligação profunda com tudo, um denso bem-estar. Como se tivéssemos uma secreta intimidade com o mundo, certa cumplicidade com o tempo. É como se observássemos descompromissados, ela é uma descontração. Como se o coração batesse pelo corpo todo, mas sem extremada euforia. Uma tranqüilidade dilatada no peito, o olhar satisfeito, a mente entendendo que já nem precisa entender o que é prosa ou poesia. E o mundo inteiro cabendo num abraço. E uma firmeza na carícia, a maturidade que perdeu o cansaço, uma confiança que preenche a existência. 
A harmonia é um contato profundo com a experiência. E o tempo do dia não é mais composto por esperas, ele é vivido. E já não se fala, palavras passeiam pela boca. E já não se escreve, as frases coreografam as paisagens. E já não se ama, o amor vigora em nós. 
A harmonia tem fios muito delicados e sua trama faz a ligação mais suave entre todas as urgências já sentidas. E o chão do sonho é macio, e tudo parece estar alinhavado, numa ligação sem sufocamentos. E a poesia não deseja mais ser nada, vira o afago de um momento. E nas letras a textura de um veludo, como se ao correr pela página, os olhos pudessem ser acariciados. E você tem todas as coisas sem precisar tomar posse delas. Você ama o amor, não o delírio de estar apaixonado. Sinto a harmonia como uma espécie de fascínio pela vida. É quase uma perda de outros apetites, porque se está tão nutrido pela própria companhia. E a gente tem aquela vontade súbita de andar pela noite: não apenas para olhar as estrelas, mas também para por elas sermos vistos.
Harmonia é como se fôssemos inundados pelo mar onde antes só havia um precipício." 

[Marla de Queiroz]

domingo, 5 de abril de 2015

Merecedora




Hoje eu acordei muito feliz. 
Feliz como tenho acordado durante tantos e tantos dias. 
Apesar de tudo. Apesar de tanto. Hoje estou milionária. Eu tenho um céu azul, e infinitos e tenros raios de sol preenchendo todos os pontos cardeais da cidade. Sinto tudo tão meu, porque me sinto tão pertencente a tudo (...) basta eu saber olhar (...) 
Porque eu descobri toda a acepção da palavra gratidão e, desde então, me tornei merecedora... 

[Marla de Queiroz]

sábado, 4 de abril de 2015

Do Amor




"O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada." 

[Fernando Pessoa]

"Pior do que uma voz que cala é um silêncio que fala".


Simples. Rápido. E quanta força. Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.

[Martha Medeiros]


Resgate



É através do nosso resgate, do nosso autoconhecimento que adquirimos condições de não cair na armadilha da manipulação, da necessidade de ser aceito, amado ou de, simplesmente, usar o outro como foco para uma desesperada fuga de um encontro com quem somos. 

Quando não nos cuidamos antes de qualquer espécie de “generosidade”, procuramos, inconsciente ou conscientemente, nosso próprio benefício, por mais que o mesmo, aparentemente, se estenda ao Outro: sentimo-nos úteis, bons, nos sentimos, inclusive, superiores. Por isso, é tão importante ter um vasto olhar para o nosso interior antes de sair por aí oferecendo ajuda ou apontando o dedo como pseudo-psicólogos do mundo. 
Quantas vezes aconselhamos em vez de pedir colo, ou engolimos nossa dor para tentar curar a alheia. E damos fragilmente aquilo que em nós ainda não está firme. Isso não nos deixa mais fortes, apenas mais disponíveis. Isso nos distrai do que precisamos arrumar na nossa própria vida. Isso nos tira, temporariamente, do nosso caminho por talvez achar que a própria caminhada seja mais árdua. 
Mas quando há o investimento pessoal, seja lá o que façamos, fazemos sempre por uma causa mais nobre: para ter um relacionamento amoroso livre de dependências, amizades sem cobranças, uma convivência pacífica com a sociedade em geral e, sobretudo, o altruísmo verdadeiro. 
Por isso, é tão importante ter um vasto olhar para o nosso interior antes de sair por aí com aquela fantasia de salva-vidas (quando os afogados somos nós mesmos). 
Portanto, vá ao encontro do Outro quando estiver encontrado a si mesmo e quando estiver finalmente desistido de abandonar sua própria realidade.
Seja intenso, extenso, inteiro. E, sobretudo, honesto.

[Marla de Queiroz]


  

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Sonho



O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre.


[Adélia Prado]



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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O Amor me Escolheu



O amor me escolheu,
logo eu que de amor nada sei,
eu que onde quer que o amor me quiser,
estarei, e se assim quer o amor, sou um rei...
eu serei pelo tempo que for,
quando o amor quiser ser minha voz, o seu cantor...

[Paulo Ricardo]


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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Vampiros



Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo. 

 Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne. 

 Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor. 

 Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais. 


 [Martha Medeiros]

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

A Voz Do Silêncio



Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força! 

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas
na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
 indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto. 

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.

[Martha Medeiros]


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terça-feira, 15 de julho de 2014

Sobre o Amor


O amor desbasta o ego. Enxuga excessos. Delata as mínguas. Transforma as mágoas. Destrona arrogâncias e idealizações. Desmancha certezas e tece oportunidades. Bagunça a autoimagem todinha, piedade zero, culpa nenhuma. O amor percorre territórios devastados da alma com a calma necessária para reflorestar um a um. Dissolve neblinas. Revela o sol. Destece máscaras. Reinaugura a humildade. Faz ventar. Faz chorar. Faz sorrir. Faz tempestade um monte de vezes pra dizer também céu azul um monte de vezes depois!

[Ana Jácomo]


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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Te Desejo Boas Notícias



Que você se fortaleça até que seque esta tinta fresca da palavra "adeus". Que entenda que eu talvez não tivesse ido embora se você permanecesse saudável como outrora. E que as coisas se ajeitem pro seu lado e pro meu. 
Mas que, jamais se esqueça: você perdeu a si mesmo, não fui eu quem te perdeu. 
Continue a caminhar: já nos perdemos de vista. 
Te desejo boas notícias. 

[ Marla de Queiroz]


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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Esperar dói. Esquecer dói. Mas não saber que decisão tomar é o pior dos sofrimentos.



Quando depositamos confiança nas pessoas, o risco da decepção é grande, pois elas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, bem como não estamos aqui para satisfazer as dela. As pessoas não se precisam, mais sim, se completam; não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. Com o tempo, percebemos que para ser feliz com outra pessoa, precisamos primeiramente não precisar dela. Percebemos também que aquela pessoa que amamos, que nada quer conosco, definitivamente não é o homem ou a mulher de nossas vidas.

Temos que aprender a gostar e cuidar de nós mesmos e, principalmente, a gostar de quem gosta de nós. O mestre Mário Quintana estava certo: O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até nós. No final das contas, vamos achar não quem estávamos procurando, mais quem estava procurando por nós.

 A vida é feita de gente boa e ruim. Alguns dias são bons e outros ruins. Existem sentimentos bons e ruins. Tudo é na base do bom e do ruim. O bem e o mal. A gente aprende isso desde cedo, tem o mocinho e o bandido. O ladrão e a polícia. E algumas pessoas valem o ruim, o estragado, o sem gosto. De vez em quando é pior não ter gosto de nada do que ter um gosto azedo. Algumas pessoas valem isso. Acho que esse é o ponto máximo do amor máximo. Não que ele precise ser medido ou explicado. O amor dispensa maiores definições. Ele se auto-explica. Só penso que quando a gente tem o coração cheio desse sentimento, tudo fica claro. E a gente não precisa ter medo de cruzar com alguém ruim no caminho. Elas nos fortalecem, ensinam. Algumas delas, inclusive, até valem o mundo (ainda que por um curto tempo).

Quem nunca se decepcionou? Quem nunca pensou assim fulana-é-minha-melhor-amiga-beltrano-é-o-cara-dos-meus-sonhos? Nessa hora, eles valem o mundo. Depois, tudo muda, valem nada. O que importa é o momento em que a pessoa efetivamente valeu o seu mundo. Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador...

O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. Se a dor tiver que vir, que venha rápido. Eu disse. Porque tenho uma vida pela frente, e preciso usá-la da melhor maneira possível. Se ela tem que fazer alguma escolha, que faça logo. Então eu o espero. Ou o esqueço.

Esperar dói. Esquecer dói.

"Mas não saber que decisão tomar é o pior dos sofrimentos”. 


 [Jack Siqueira]


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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Das Trocas Afetivas



Quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente.


 [Ana Jácomo]


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Residência



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sábado, 3 de maio de 2014

Brilho no Olhar



O que dá brilho ao nosso olhar é a vida que a gente optou por levar. Um olhar iluminado, vivo e sagaz impede que a pessoa envelheça. Olhe-se no espelho. Você tem um olhar de quem estaria disposta a cometer loucuras? Tem que ter. 

 [Martha Medeiros]

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terça-feira, 1 de abril de 2014

A cor da Saudade



Ele falava de sentimento.
Então, eu perguntei:
— De que cor é a saudade?
Ele me respondeu: A saudade tem a cor da pele de quem nos faz falta. 

 [Autor desconhecido]


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segunda-feira, 24 de março de 2014

Nada é Muito Quando é Demais



Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.


[Tati Bernardi]



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