Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Faça por Merecer



O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. 

[Trecho de O Divã - Martha Medeiros]


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O que existe além do que já foi dito sobre o amor?



Toda minha vida pautada em amores que tive ou gostaria de ter. 
Falando sobre os que tive, também não tenho muito a dizer. Amei e fui muito bem amada. Mas foi um amor, um único amor que veio cruzou minha vida, tocou a minha alma e ficou marcado em minha pele. 
Todos nos carregamos conosco uma história.
Aquela que só nos atrevemos a lembrar, quando durante a noite no escuro, encostamos nossas cabeças no travesseiro e o silêncio cala fundo. 
Não importam os anos, certas coisas simplesmente permanecem. Mas então, numa quinta-feira a tarde de um ano qualquer, tropeçamos nesse amor já supostamente esquecido. 
Percebemos que amor igual não há e aquela pessoa continua e continuará a ser nossa referencia afetiva mais sincera e profunda. 
Não é doença nem obsessão. Alias não é nada, só amor. Amor dos bons, daqueles que são únicos e maravilhosos, que acontecem poucas vezes na vida das pessoas. 
Daqueles amores que ficam e que teremos que conviver com ele como algo concreto e parte de nossas vidas. 
Que alma consegue atravessar a vida sem ter conhecido o amor? 
E quem sabe ter a sorte de ser correspondido? 
Que vida vale a pena sem amor? 
Nenhum sentimento é mais lindo profundo e transformador que o amor. Só o amor transcende e purifica, enlouquece, cura, invade, permanece, liberta e aprisiona. 
Quando acontece é um som grave que penetra invade e permanece. 
Não compliquem e nem elaborem o sentimento mais incrível e poderoso de todos. 
Permitam que ele chegue e se instale. 
Pois, o resto são bobagens meninos, bobagens.


 [Carolina Ferraz]


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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Tarde demais para haver outro dia...






Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhamos, tardamos no beijo que a boca pedia
e na tarde ficamos, unidos, ardendo na luz que morria

Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite, para haver outro dia.


[Ary dos Santos – Estrela da Tarde]


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sábado, 18 de janeiro de 2014

Silêncio


O silêncio e a mais perfeita forma de música. Nele eu me escondo, me encanto e pernoito as palavras que te irão encontrar. O silêncio é a minha obsessão a minha forma de te escutar. Eu sei que estás aí, que me ouves e me percebes. Sei que sentes os meus silêncios. Eles são os teus também.


 [Pedro Abrunhosa]


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sábado, 4 de janeiro de 2014

Uns pozinhos de perlim pim-pim



Não sei se é deste tempo, descolorido e monótono, com o Sol a persistir no castigo da sua ausência, mas dei por mim, pensativo, acompanhado apenas pela voz de Nat King Cole.

Seria melhor não ouvir tais músicas. Se fosse mais prudente teria colocado, no cd, uma etiqueta, de um encarnado bem vivo, com o aviso “Altamente perigoso, requer muita precaução no uso”.
Distraído, como sou, falhou essa prudência e agora estou por aqui completamente fascinado, a sonhar estrelas e amores.

Perante a falta de um Sol que alumie tenho que me contentar, entre tristes suspiros, com um ténue e alvidúlcido luar. Este, a espaços, vai rasgando a escuridão de uma noite, que, cada vez mais, se vai tornando sombria e friorenta.

Como eu gostava de o convencer a voltar. Se pudesse, dizia-lhe que se deixasse de castigos injustos. Juntos inventávamos um plano. Seria tudo muito bem pensado. Falávamos com o Inverno. Lembrávamos-lhe que ao longo de todo este tempo nunca faltou sequer um ano ao serviço e que estava mais que na altura de finalmente ter o seu merecido repouso.

Depois era a vez de acordar o Verão. Dizíamos que era uma emergência. Que o Inverno inexplicavelmente havia desaparecido, sem dar notícias, e que alguém tinha que tomar o seu lugar.

A Primavera, sempre preocupada com a sua beleza, não podia porque assim teria que trabalhar dois turnos seguidos. Já o Outono, entre pedidos de desculpa, lembrou que os dias lhe vão pesando e que, se assim fosse, a sua performance certamente ficaria afectada…

Ai, como seria tudo tão fácil se ele quisesse... Bastavam apenas uns pozinhos de perlim pim-pim, alguma loucura e, claro está, uma boa dose de imaginação.
E o sonho, esse deixava de o ser…



[JFDourado – Uns pozinhos de perlim pim-pim – 08/12/2006]


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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Simples assim...



Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. 


 [Martha Medeiros]



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