Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Querer-te é sentar-me na praça, logo de manhã, só para te ver passar
Querer-te é os teus olhos, o teu sorriso cúmplice, as tuas palavras
Querer-te é também não me veres, se por acaso alguém está perto
Querer-te é haver sol e vento e estrelas. É o verde das acácias e das
palmeiras e as rosas de Jericó alinhadas até à ponta das dunas.
Querer-te é o castanho doce dos figos sobre a mesa, as tâmaras, a voz
da grande Kolthoum vinda de uma janela num cântico apaixonado ao Nilo
Querer-te é haver noite - ah, sobretudo a noite! E é o teu corpo nu,
exausto, branco como um templo, porque todos os corpos são um
templo no solo consagrado que há.
Querer-te é o sorriso no rosto das crianças, o grácil e dançante
caminhar das mulheres, a fonte, as águas.
Querer-te é tudo, até o meu desejo de te não querer.

[Victor Oliveira Mateus]

^^

3 comentários:

Unknown disse...

Querer não é poder. Que pena...

Um abraço.

Luna Sanchez disse...

A paixão é inebriante, toma conta dos pensamentos, se instala e fim.

Eu gosto! \o/

Rs

Beijos, amiga.

ℓυηα

M.M. disse...

Lindo! É isso mesmo, né?!
Vim aqui conhecer você e seu blog e estou gostando do que vi... Muito legal!
Bom feriado pra você,
Beijos