Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sábado, 7 de novembro de 2009


Falarei menos que um peixe, amor,
das líquidas emoções ou desejo serpenteado
sobre o que começa junto as rotas umbilicais.
Não me procures no rumo do vento
no cansaço da lua asfixiante, no mistério
ritmo da noite voltada para disponibilidade
de um sexo tecido de felicidade.
Diz-me com ternura imensa, a dor profana
a finitude do prazer de te descobrir
procuradamente na suavidade duma errância
com que te inicio no embrulho do teu calor
langoroso.
É um orvalho matinal que te rega
um suspiro húmido com sabor a algas
dos teus seios fugidios, ardente abandono
lascivo amanhecer.
Na carta que sustenta este ardor
sôfrego desejo me embala a fadiga
de te possuir com secreta evasão,
sentida excitação de me deixar aprisionar
no excesso fantasmagórico da sublimação
primitiva da vida e do amor que germina.

[Américo Teixeira Moreira, O corpo restituído]
^^

4 comentários:

Desmanche de Celebridades disse...

Um blog visualmente chamativo, alem de ter coisas boas escritas, é claro.

Abraços.

Marcelo Mayer disse...

perfeito ele se aprisionar na própria liberdade que o amor lhe deu.

Daniel Savio disse...

Amando, acabamos sendo tudo, desde um peixe e até em alguns casos, cachorros...

Hua, kkk, ha, ha, brincadeira com um fundo de verdade.

Fiquem com Deus, menina xará Danni.
Um abraço.

► JOTA ENE ◄ disse...

ººº
Gostei do que (vi) li

Bjos e bom f-d-s