Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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terça-feira, 20 de outubro de 2009




Dedos quietos que crescem
pele nua
brincadeiras como o amor
pêndulo solto de sonhos
lógicas sacudidas
olhar de só-assim
modos de chegar como sementes
manobras de artesão contra o ego
desafio do «eu»
nudez de pele
de mãos
e (sob os teus olhos)
invenção de um sólido espanador de tristezas.

[Ondjaki, Materiais para confecção de um espanador de tristezas]

^^

2 comentários:

Sonhadora disse...

"espanador de tristeza" ah como eu quero/necessito de um desses!
:(

Luna Sanchez disse...

As mãos falam...eu sempre reparo nelas, nas minhas e nas alheias.

Beeeeeijo, Dannizinha!

ℓυηα