Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sótão

Por interstícios das malas abertas de quando éramos
crianças gritam as bocas sem nenhum eco
das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas
e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal
lugar do coração está ainda a palpitar.
O bojo do peito de celulóide, como o meu,
pede-nos perdão pela saudade que nos devora.


[Fiama Hasse Pais Brandão]

^^

2 comentários:

Luna Sanchez disse...

Ah, as lambranças...às vezes pesam toneladas, flor. =\

Beijos de terça. Dois.

ℓυηα

Lucas Lima disse...

muito bom, intenso, rs, vamos fechando as malas realmente com o tempo, temos de aprender a mantê-las abertas, rs