Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Da minha janela vê-se uma espécie muito rara de angústia
tem o corpo que não ousei que me fosse
usa o amor como origem da sede
e sossega-me contra o peito da alvorada

Da minha janela vê-se uma espécie única de medo
chama-se eu mas diz-se tu
e por vezes nós quando prende a vida
a algo tão falível como a vida

Da minha janela não se vê mais nada
ouve-se o silêncio contra mim
e chove a morte contra os vidros
por dentro como soa o fim

[Pedro Sena-Lino]

^^

Um comentário:

Luna Sanchez disse...

Que lindo!

Da minha janela, vejo um convite para desafiar o mundo.

...

Beijo,

ℓυηα