Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 23 de agosto de 2009

Sabia que uma vez exposta a fragilidade sobreviria uma sensação de ser estranha no teu mundo.
Temendo o rasgão irreparável, preferi a revelação aberta da minha essência.
E a ausência pesou-me o dia inteiro como se algo me fora atado às costas da alma.
Sabia que teria de partir como tantos, porque mais potente que todo o desejo era o fado. Desvendei sem pudor a história, entre carinhos para lá do tempo oferecido. Sabia que encontrara um ser sem máscara, que a cada intervalo se aproximava.
Sabia-o bem demais e o medo instalou-se. Sabia da paixão, das mágoas e do sentir. Do mar, da relva, da mosca, das labaredas por vir…
Imersa na toca dos sentires em tudo aplico a maior paixão para esquecer o corpo que de certo modo, já amo.

E sei que me recuso a perder-te e ao que já tenho, ainda que te instales à força no silêncio.

[Marta, no Citadel (16.12.2007)]

^^

Um comentário:

Luna Sanchez disse...

Dannizinha,

Gostei demais dessa possibilidade de enxergar mensagens "subliminares" no texto, que já é tocante. Ficou lindo, lindo!

Beijos de terça. Dois.

ℓυηα