Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Danças para Mim?


Largar o rosto de artifício e trocá-lo por uma máscara mais feliz. Vagas de ar. Cinco vestidos no corpo só por não saber qual usar. O azul da cor do mar? Um arrepio - ferida aberta. No toca-disco, a canção, (a nossa canção) me desperta. Não pode ser, é muito decotado: a inquietação salta do peito. A ilusão a confundir os sentidos. Mas o coração leva a mal. Sangra pela dor e pela ferida. Tinta para um lado, vida para o outro. Uma cesta de pétalas de rosas. E um nariz de palhaço pronto a sorrir-me nos olhos. Porque os pássaros não falam sensibilidades. E - aos meus olhos - só se vê disto. Bolas de nuvem. Pena que não me cresçam as asas. Mas a alegria do palhaço cola-me os sonhos ao céu da boca: pastilha elástica com sabor a morango. Mãos erguidas para o céu. Encontraram-me assim. E tu nunca foste capaz de perguntar:

- Danças para mim?

É uma solução como outra qualquer - experimentar todos os erros...

[Vanessa Sousa]

^^

Um comentário:

Luna Sanchez disse...

Muito bacana, Danni.

Adorei a parte que faz relação entre o decote e a emoção, o coração.

Beijo,

ℓυηα