Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias



(O soneto que só errado ficou certo)


"Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer, com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos mais frias
e esta ternura dos olhos que se dão.

Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
- mas o desejo de ser a noite que me guia
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas covardias.

Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.

Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicações de luas e saliva."


[José Gomes Ferreira]


^^

3 comentários:

Anônimo disse...

Danninha!!

"Ser como sou e ver-te como és..."

Êta coisa complicada...
a gente se desnuda inteira, faz declaração,
diz coisas bonitas
e feia também.
Mostra a cara, paga pra ver,
e tem o silêncio,
o mais absoluto silêncio como
resposta.

Bjus de boa quinta-feira, Linda!

Camilla Angelo disse...

Obrigada pela visita, volte sempre...
Eu sempre olho seu blog, vc sabe né?
Bjo

xacal disse...

Oi...