Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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domingo, 7 de dezembro de 2008

Era pra ser tudo diferente. Ou não.


Era para ser tudo diferente. Quanto mais se sonha mais distante se torna a realidade.
Parece-me mais fácil assim. Deixar que a vida se desfaça em pedaços estreitos. E que se misture com os sonhos e com tudo aquilo que queremos ser e nunca somos. E com tudo aquilo que os outros eram e já não são. Que se misture tudo. Docemente. E que de tudo isso resultem uma ou duas estrelas para pendurar no céu. E que consigamos olhar para o mundo como se fossemos mais pequenos ainda que esse par de estrelas. Ou do tamanho delas.
Tudo o que se esquece se perde. De uma maneira ou de outra. Tudo o que se recorda se vive de novo. Como se a vida nos desse mais do que uma oportunidade. Tudo o que se agarra já é nosso. Mesmo que seja só aos nossos olhos.
É fácil ser-se maior que os sonhos. Mas só se os sonhos forem pequenos. Se forem grandes começamos a andar de mãos dadas com eles.
Guardei-te para não te ouvir. Porque me canso de saber que dizes sempre as mesmas verdades.
Podia ser tudo menos complicado se concordasses comigo. Mas não. Não consegues. Nem nasceste para isso.

Hoje. Guardei-te no bolso. Para não te ter nas mãos.



^^

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