Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Depois de sabermos alguns nomes...

"Sabemos afinal nomes de flores: já não podes dizer que os ignoramos e que soletramos de repente só o que não sabemos do saber do mundo. De uma conhecemos a haste que dobrou, por outra passamos a mão: são isso nomes?
Conhecemo-las sob o nevoeiro, quase sem as ver, as flores.
Ocorre dizer já sabermos os nomes das flores, diz então: ontem tocamos a escuridão da rosa, hoje galopam cavalos que não vimos.
Poderia o tempo perder-nos a montante do vento: esses nomes já perdurariam."


[Helena Carvalhão Buescu, Ardem as trevas e outros lugares]


^^

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