Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio do que não está ao pé, livre do meu enleio, sério do que não é. Sentir, sinta quem lê! [Fernando Pessoa, in "Cancioneiro]

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sábado, 15 de novembro de 2008

A Seta e o Alvo (Paulinho Moska)

"Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.

Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.

Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.

Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.

Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.

Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.

E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.

Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.

Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.

É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada, quando se parte rumo ao nada?"
[Paulinho Moska]
^^

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